sábado, 1 de dezembro de 2007

Dobermann


Amantes da raça alertam para a importância das características físicas ideais do Dobermann, que fizeram sua fama de excelente defensor.
Dobermann brasileiro esta passando pela pior fase dos últimos 20 anos. Esta é a opinião de José Peduti Neto, juiz de todas as raças há 30 anos, que já julgou mais de dois mil Dobermanns no Brasil e no Exterior. E não é só ele que pensa assim: vários adestradores e criadores também. "A situação da raça está péssima. Muitas vezes eu saio para comprar um Dobermann e acabo desistindo", diz o adestrador Carlos Rangel, administrador da empresa de segurança Pires, que já adestrou cerca de 300 Dobermanns em seus 24 anos de experiência. "A qualidade do plantel decaiu muito, pois se reduziu o número de criadores que investiam na raça, importando e enviando fêmeas para acasalar no exterior", afirma Zanizar Rodrigues da Silva, criador há 14 anos pelo Zards Kennel, em São Paulo, e juiz especializado na raça.
A crítica rigorosa desses especialistas refere-se a incorreções físicas que prejudicam uma das marcas registradas da raça: a agilidade. Ela foi um dos fatores decisivos para a eleição do Dobermann como a melhor raça de guarda entre as sete mais populares, por três conceituados adestradores. Dos 15 critérios avaliados, três tinham relação com agilidade, e somente o Dobermann se destacou em todos: "capacidade de correr e saltar ameaçadoramente", "agilidade ao lutar" e "facilidade de fazer a ronda". Como os próprios entrevistados ponderam, uma redução da agilidade compromete o potencial máximo do Dobermann em situações em que perder alguns segundos pode ser decisivo.


MOVIMENTAÇÃO
Correr e pular sem parar no portão ajuda a intimidar os passantes. É uma encenação desgastante que cansa fácil outras raças menos ágeis e mais pesadas - mas não um bom Dobermann. A raça também se destaca pela habilidade de saltar em todas as direções e desviar de chutes, tiros e facadas. Isso reduz a vulnerabilidade durante um confronto. E tem mais: com um salto rápido e certeiro, pode impedir que um bandido use uma arma. Suas qualidades físicas permitem ainda percorrer um terreno por um bom tempo sem se cansar. Essa capacidade é importantíssima para defender sítios ou terrenos industriais.
Um bom Dobermann também consegue correr em alta velocidade, o que facilita perseguições a invasores. "Quanto menor o tempo para trocar de passada e maior o passo, maior a velocidade e menor o gasto de energia", explica Peduti. Ou seja: o cão corre mais e se cansa menos. Flexibilidade é outra característica típica da raça: as pernas do Dobermann devem ser elásticas o suficiente para saltar com facilidade. Quanto maior a propulsão, maior o pulo. E isso também é fundamental numa perseguição, quando ele pode ter de transpor barreiras. Para desenvolver todas essas capacidades - agilidade, velocidade e flexibilidade - o Dobermann precisa ter um equilíbrio perfeito entre tamanho dos ossos, musculatura e encaixe das articulações. Mas nem sempre é isso que se vê.


MORDIDA
Uma das armas mais poderosas de um cão de guarda é a sua mordida. Num ataque, a capacidade de abocanhar corretamente, fixar os dentes e segurar a "presa" é o que faz a diferença entre o sucesso ou o fracasso. Por isso, o Dobermann deve ter mandíbulas fortes, e mordida ampla: o focinho tem de ser largo na região dos dentes da frente; e sua boca, quando aberta, deve alcançar até os molares. A dentição tem de ser completa, e a mordedura, em tesoura (os quatro dentes da frente da arcada superior devem se sobrepor aos quatro de baixo). Isso praticamente impossibilita retirar algo que esteja sendo mordido pelo cachorro, enquanto sua boca permanecer fechada. "Ao lado dos dentes incisivos, os caninos, mais longos, funcionam como uma trava que se finca e segura firme", diz Rangel.
Têm aparecido alguns cães prognatas - com os dentes inferiores fechando à frente dos de cima, como nos Buldogues. O Dobermann tem um focinho longo que, ainda que deva ter boa largura na região dos dentes da frente, não é tão largo como nas raças naturalmente prognatas. Isso significa que quando ele morde, a área de apoio é pequena e exige um encaixe mais perfeito para fixar bem a presa. Um Dobermann prognata não consegue. "É o que observamos nos treinos: fica fácil tirar da boca deles a luva usada para receber as mordidas durante o ataque, porque suas mandíbulas têm menos pressão", conta Rangel. Se o cão resistir, terá de fazer muita força, e ficará mais cansado.
Quando faltam dentes, o cão sente dor ao morder e sua gengiva pode até sangrar. O dente que faria "par" com o que está ausente pode machucar a gengiva quando o cão aperta as mandíbulas para morder com força. A gravidade do problema vai depender de quais dentes estão faltando. "A falta de dentes da frente é pior do que a falta de dentes de trás, sobretudo se for um canino ou um outro dente grande", explica Rangel. O próprio cachorro entende que falta de dentes ou mordida errada atrapalham a eficiência do ataque - muitos deles perdem o interesse durante essa parte do treinamento. "Já vi isso acontecer com um prognata durante uma prova de adestramento", revela. "Apenas um cão com grande agressividade não seria prejudicado no trabalho pela falta de dentes", acrescenta Zanizar.


PADRÃO OFICIAL
CBKC: nº 143, de 2/8/94.FCI: nº 143d, de 14/2/94.País de origem: Alemanha.Nomes: no país de origem: Dobermann Pinscher.EUA - Doberman Pinscher. CBKC: Doberman.Aparência Geral: o Dobermann é um cão de porte médio, forte e musculosamente construído. Através das elegantes linhas de seu corpo, sua estatura arrogante e sua expressão de determinação, ele configura a estampa de um cão ideal.Proporções Importantes: o tronco do Dobermann se afigura quase quadrado, particularmente nos machos. O comprimento do tronco, medido desde a ponta do ombro até a ponta do ísquio (nádegas), nos machos, não deve ser maior que 5% da altura na cernelha e, nas fêmeas, 10%.Comportamento e Temperamento: a atitude do Dobermann é amigável e calma; muito devotado à família, ele ama as crianças. É desejável um temperamento e aspereza médios. É exigido um limiar de excitação médio com um bom relacionamento com seu dono. De fácil aprendizado, o Dobermann adora o trabalho, devendo possuir para tal, expressiva habilidade, coragem e dureza. São também exigidos os valores de autoconfiança e intrepidez, como também, adaptabilidade e atenção para se encaixar no ambiente social.CABEÇA Região do Crânio: robusta em proporção ao tronco. Visto por cima, a cabeça tem um contorno moderadamente cuneiforme. Visto pela frente, o topo do crânio é quase horizontal sem descair para as orelhas. De perfil, a linha superior do focinho é quase reta, em relação à linha superior do crânio, a qual se arredonda sutilmente para a linha superior do pescoço. A arcada superciliar é bem desenvolvida, sem protrusão. O sulco sagital é brandamente visível. O occipital não deve ser eminente. Vistas de frente e de topo, as faces da cabeça não devem ser salientes. O suave arqueamento entre a região posterior da maxila e o osso malar deve se harmonizar com o comprimento total da cabeça, cujos músculos devem ser bem desenvolvidos.

Stop: suave, mas visivelmente desenvolvido.REGIÃO FACIALTrufa: narinas desenvolvidas, mais para largas que para redondas, com aberturas amplas, sem protrusão no conjunto. Pretas nos cães pretos, nos marrons, cores correspondentes mais claras.

Focinho: em proporção correta com o crânio, devendo ser fortemente desenvolvido e com profundidade. A abertura da boca deve ser ampla, alcançando os dentes molares. Na região dos incisivos, superiores e inferiores, o focinho deve ter boa largura.
Lábios: pele bem ajustada e bem modelada aos maxilares, o que garante uma oclusão totalmente cerrada da boca. O pigmento das gengivas deve ser escuro; nos cães marrons a nuança é correspondente e mais clara. Maxilares/Dentadura/Dentes: maxilares poderosos, tanto o superior quanto o inferior, mordedura em tesoura, 42 dentes corretamente engastados e de tamanho médio.
Olhos: de tamanho médio, ovais e de cor escura. Nuanças mais claras são permitidas em exemplares marrons. Pálpebras bem ajustadas e revestidas pela pelagem. Alopecia das pálpebras é altamente indesejável.Orelhas: de inserção alta, portadas eretas e operadas com um comprimento proporcional à cabeça. Nos países cuja otectomia (cirurgia estética de orelha) é proibida, as orelhas inteiras são igualmente reconhecidas (de preferência, tamanho médio, com a borda anterior caindo rente às faces).PESCOÇO: de bom comprimento, sendo proporcional ao tronco e à cabeça. É seco e musculado. O contorno emerge gradualmente, com uma curvatura suave. Portado empinado exibe muita nobreza.TRONCOCernelha: pronunciada tanto no comprimento quanto na altura, especialmente nos machos, determinando, desse modo, a inclinação da linha superior subindo da garupa para a cernelha. Dorso: curto e firme, de boa largura e bem musculado. Peito: de comprimento e largura em correta proporção ao comprimento do tronco. A profundidade, com costelas suavemente arqueadas deve ser de, aproximadamente, 50% da altura na cernelha. Peito de boa largura e antepeito especialmente bem desenvolvido. Lombo: de boa largura e bem musculado. A fêmea pode ser mais longa no lombo em razão da necessidade de espaço para a lactação. Linha inferior: do final do esterno à pélvis perceptivelmente esgalgada. Garupa: suavemente caída, dificilmente perceptível do osso sacro à raiz da cauda, parecendo bem arredondada, sem ser reta nem muito caída, de boa largura e bem musculada. Cauda: de inserção alta e amputada curta, na região aproximada da articulação da segunda com a terceira vértebra caudal (duas vértebras caudais permanecem visíveis). Nos países cuja caudectomia é proibida, a cauda pode permanecer íntegra.MEMBROSANTERIORES: generalidades - visto de qualquer ângulo, são quase retos, verticais e fortemente desenvolvidos.

Ombros: escápula bem ajustada contra o tórax, ambos os lados da borda da escápula são bem musculados alcançando acima do ápice da vértebra torácica, o mais inclinada possível e bem acoplada ao dorso. O ângulo com a horizontal é de, aproximadamente, 50%.
Braço: de bom comprimento, bem musculado, com o úmero fazendo um ângulo com a escápula, aproximado de 110º a 115º.
Cotovelo: trabalhando bem ajustado ao tórax, sem ser para fora.
Antebraço: forte e reto. Bem musculado. Comprimento em harmonia com o corpo inteiro. Corpo: forte.
Metacarpo: ossatura forte. Visto de frente, reto. Visto de perfil, somente uma suave inclinação, máximo 10º.
Patas anteriores: pequenas e compactas. Dígitos bem arqueados para cima (pés-de-gato). Unhas curtas e pretas.POSTERIORES: generalidades - visto por trás, o Dobermann parece, por causa do seu bom desenvolvimento muscular pélvico na coxa e garupa, largo e arredondado. Os músculos correndo do osso pélvico para a coxa e a perna resultam numa largura bem desenvolvida, assim como na região das coxas; na região da articulação dos joelhos e nas pernas. Os posteriores fortes, retos e paralelos.Coxa: de bom comprimento e largura, bem musculada. Boa angulação coxofemoral, fazendo um ângulo aproximado de 80º a 85º com a horizontal.Joelho: articulação forte, sendo formada pela coxa com a perna, bem como a rótula. Angulação aproximada de 130º.
Perna: de comprimento médio e em harmonia com o comprimento total do membro posterior.
Jarrete: médio forte e paralelo. A tíbia articula-se com o metatarso na articulação do jarrete (ângulo em torno de 140º).
Metatarso: curto e vertical.
Pata posterior: como as anteriores, os dígitos são curtos, arqueados e compactos. Unhas curtas e pretas.MOVIMENTAÇÃO: de especial importância tanto para a capacidade de trabalho quanto para a aparência externa. Movimentação elástica, elegante, ágil e boa cobertura de solo. Os membros anteriores alcançando o mais longe possível. Os posteriores fornecendo uma propulsão elástica e de boa amplitude. Anteriores e posteriores de lados opostos movendo-se simultaneamente. Apresenta boa estabilidade nos posteriores, ligamentos e articulações.PELE: ajustada, toda bem amoldada e bem pigmentada.PELAGEM: Pêlos: curtos, duros e retos. Muito bem assentes, lisos e igualmente distribuídos em toda a superfície. Sem subpêlos.
Cor: preto ou marrom, com marcações vermelho ferrugem claramente definidas e limpas; no focinho, uma ilha em cada face e acima dos olhos, no topo dos supercílios, na garganta, duas marcas no antepeito, no metacarpo, metatarso e pés, na face interna das coxas, nos membros e sob a cauda.TALHEAltura: no ponto mais alto da cernelha. Machos 68 – 72 cm, fêmeas de 63 – 68 cm. O tamanho médio é o desejado.
Peso: Machos em torno de 40 - 45 quilos e fêmeas em torno de 32 - 35 quilos.FALTAS: qualquer desvio dos termos deste padrão deverá ser considerado como falta e penalizado na exata proporção de sua gravidade.
Cabeça: muito pesada; muito estreita; muito pequena; muito longa; muito pouco stop; nariz romano; linha superior do crânio muito inclinada; mandíbula fraca; olhos redondos ou rasgados; olhos claros; bochechas muito pesadas; lábios pendentes; olhos protuberantes ou muito profundos; orelhas de inserção muito alta ou muito baixa; comissura labial caída. Pescoço: ligeiramente curto; muito curto; pele solta na garganta; barbela; muito longo (em desarmonia); pescoço de ovelha.Tronco: falta de firmeza do dorso; garupa caída; oscilação de dorso; dorso carpeado; arqueamento de costelas insuficiente ou excessivo; profundidade ou largura de peito insuficiente; linha superior muito longa; falta de antepeito; cauda de inserção muito alta ou muito baixa; esgalgamento insuficiente ou excessivo.Membros: angulação muito aberta ou muito fechada; cotovelos soltos; desvio da posição padrão e do comprimento de ossos e articulações; patas muito compactas ou espalmadas; jarrete de vaca, expulsão de jarretes; jarretes muito juntos; patas abertas ou cedidas; dedos tortos; unhas claras.Pelagem: marcação muito clara ou de contorno indefinido; marcação suja; máscara muito escura; mancha preta no metacarpo; marcação no peito quase invisível ou muito grande; pêlos longos, macios, encaracolados ou foscos. Pelagem fina, alopecia; grandes tufos de pêlos principalmente no tronco; subpêlo visível.
Caráter: autoconfiança inadequada; temperamento muito forte; aspereza muito alta; limiar de excitação muito baixo ou muito alto.Talhe: desvio do tamanho em mais de 2 cm no determinado pelo padrão resulta baixo nível de qualidade.
Movimentação: bamboleante; curta ou dura; passo de camelo.DESQUALIFICAÇÕES: Gerais: características sexuais acentuadamente reversas.
Olhos: amarelos (olhos de falcão), olhos louçados.
Dentadura: prognatismo superior, mordedura em torquês, prognatismo inferior e falta de dentes.
Pelagem: manchas brancas, pêlos acentuadamente longos ou ondulados, pelagem acentuadamente fina ou grandes áreas de alopecia.
Caráter: exemplares medrosos, nervosos ou agressivos.
Talhe: desvio maior que 2 cm.NOTA: os machos devem apresentar dois testículos de aparência normal, bem desenvolvidos e acomodados na bolsa escrotal.

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